Dados Gerais
- Data de Criação: 11 de novembro de 1922
- Toponímia: Homenagem à São Bernardo de Russas, cidade onde nasceu o Padre Joaquim Ferreira de Castro.
- Município-mãe: Ipueiras
- Origem Territorial: Desmembrado de Ipueiras
- Padroeira: Nossa Senhora das Graças
- Dia: 15 de agosto
Resumo Histórico
O marco inicial do atual Município de Nova Russas foi a fazenda “Curtume”, de propriedade de Manuel Peixoto. Em 1876, Manuel Peixoto doou terra para a construção de uma capela em homenagem à Nossa Senhora das Graças, tendo o vigário de Tamboril, um padre natural do povoado de São Sebastião de Russas, supervisionando as obras e dando ao lugar o nome de Nova Russas, numa alusão ao seu torrão natal. Após 1910, com a passagem da estrada de ferro e a inauguração da estação local, o povoamento tomou um maior surto de desenvolvimento. A Lei Nº 2.043, de 11 de novembro de 1922, criou o município de Nova Russas, com território delineado à partir de terras pertencentes aos municípios de Tamboril e Ipueiras, recebendo sua sede a categoria de vila. O Decreto Nº 193, de 20 de maio de 1931, suprimiu a autonomia de Nova Russas anexando seu território ao de Ipueiras. Em 1933, o Decreto Nº 1.156, de 04 de dezembro, restaurou em definitivo sua independência político-administrativa.
Cultura
Nossa cultura é bastante diversificada, mas, cinco momentos são os mais festejados:
Carnaval
Nova Russas foi a primeira cidade do Ceará a empreender um projeto carnavalesco, através da construção de um trio elétrico. As ruas por onde o trio elétrico passa são decoradas de acordo com o tema abordado.
Com isso, o carnaval de Nova Russas, na região, é um dos mais procurados por turistas de outros municípios.
Esses turistas vêm a Nova Russas a procura de diversão, pois trata-se de um gentílico alegre e hospitaleiro.
Festa Junina
Os festejos juninos do município é um dos maiores da região, onde resgata a cultura nordestina. São comemorados no parque da cidade, com belas apresentações de quadrilhas do município e de outras regiões.
Festa da Padroeira
A festa da padroeira Nossa Senhora das Graças, é um dos momentos em que a sociedade participa com muita fé e devoção.
Os festejos ocorrem em agosto e é uma fonte de incentivo ao turismo. Além de trazer de volta os filhos da terra que escolhem o período festivo para voltar à cidade, também impulsiona a Economia local.
11 de Novembro
O aniversário do município de Nova Russas é comemorado no dia 11 de Novembro, por ocasião de sua emancipação política. Em 2010 a cidade comemorará seus 88 anos de emancipação.
A Capital Nacional do Crochê
Entre os variados tipos de artesanato produzido em nossa cidade, o crochê tem um grande destaque. O mesmo é gerador de renda, não só para quem os produz, mas também, para as pessoas que ganham a vida direta ou indiretamente por meio deste artesanato.
Aqui, podemos encontrar várias lojas de venda do produto, mas, o lugar mais conhecido para comercializá-lo é a feira do crochê, onde pessoas de várias localidades vem vender suas peças para os chamados “atravessadores”, que são compradores que fazem a revenda em outras regiões do país. A feira funciona aos sábados na Praça da Estação.
Existem duas associações ligadas a esse artesanato: ARTCRON e ASCRON. Esta última nasceu na década de 80, criada por um grupo de mulheres crocheteiras, com o objetivo de se libertarem dos atravessadores e buscarem a valorização dos seus produtos. Somente em 1985 tornou-se uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que tem a missão de contribuir na organização das associadas para a produção e a comercialização do crochê, visando a melhoria da qualidade de vida e a transformação das relações desiguais de gêneros. Vale ressaltar que algumas peças produzidas pela associação são exportadas para vários países e continentes. A associação possui, ainda, uma loja em Fortaleza e que recebe produtos artesanais de outros grupos.
Nos Trilhos da Saudade
Como consequência da Revolução Industrial deu-se o surgimento das estradas de ferro, tendo em vista a facilitação de transportes mais eficientes e com maior potencialidade para as fábricas deslocar seus produtos manufaturados e as matérias-primas. Neste período, visando de imediato diminuir o sofrimento dos sertanejos oprimidos pela seca que assolou o Estado por três anos, entre 1877 a 1879, Dom Pedro II trouxe para o Ceará uma estrada de ferro que ligava Sobral às demais cidades da região norte, chegando até Crateús. A construção foi iniciada no ano de 1878, também com o intuito de gerar emprego para os flagelados. O trecho novarrussense foi edificado em 1910 e inaugurado no dia 09 de novembro do mesmo ano. Nova Russas teve seu monumento, a Estação Ferroviária, instalado no centro, pois facilitava muito o transporte de mercadorias para o comércio e o deslocamento dos viajantes. A chegada do trem, geralmente no fim da tarde, atraia centenas de pessoas para recebê-lo. As máquinas foram batizadas com os nomes de Senibul, Rocha Lima e o Trem Pagador, este último em função de trazer, mensalmente, o pagamento dos funcionários da ferrovia, vindo de Fortaleza e passando por todas as estações. Essa movimentação social só ajudou no crescimento do comércio, pois atraído pelo novo caminho, pelas terras produtoras de algodão e, sobretudo, pela hospitalidade do povo.
Nova Russas começou a receber famílias de todas as cidades deste imenso sertão entre a Serra da Ibiapaba e a Serra das Matas. O progresso, deste então, parecia chegar à cidade.
O Grêmio Recreativo Nova Russensse
Foi instalada, na cidade de Nova Russas, uma sociedade que recebeu a dominação de “Grêmio Recreativo Novarrussense”.
Os requisitos imprescindíveis para ser sócios da nova entidade seriam: conduta exemplar, contribuição pecuniária, colaboração para boa ordem e comparecimento distinto a reuniões. Os sócios seriam divididos em categorias sendo elas de sócios fundadores, acionistas, contribuintes e beneméritos. Os departamentos que formam a sociedade seriam: dançante, esportivo e cultural.
O Grêmio Recreativo Novarrussense era um ambiente muito restrito, pela qual era permitido frequentar somente pessoas da elite, os quais deveriam estar trajados de terno, gravata, as mulheres de vestido longo e demonstrassem um comportamento muito formal, que era regulado pelo conselho fiscal, o qual se não fosse cumprido havia punições como proibição de freqüentar os salões, suspensão por determinado período de tempo e até expulsão. Dizem até que existia o chamado “bilhete azul”, o qual era dado as moças “mal faladas” e que não podiam frequentar o Grêmio.
Coluna Prestes em Nova Russas
A Coluna Prestes foi um movimento revolucionário comandado por Luis Carlos Prestes, com o intuito de desestabilizar o governo de Artur Bernardes. O movimento surgiu na cidade de São Paulo no ano de 1925, e era organizado em coluna para a melhor defesa de seus contingentes.
O destacamento que passou na cidade de Nova Russas, em janeiro de 1926, comandado pelo então Capitão João Alberto de Leal Barros, foi uma subdivisão que aconteceu no Piauí mais precisamente na cidade Teresina, com o objetivo de confundir seus perseguidores. Em Nova Russas, foram recebidos pelo Coronel Antonio Rodrigues Veras, que era o chefe da pequena comuna, acolhia os revoltosos em sua própria residência dando-lhes um farto almoço, mantimento para suprir a tropa, tecidos, chapéus, bem como emprestando animais. .
A coluna então seguiu para a cidade de Crateús, onde se juntou novamente com sua formação inicial, no sertão dos Inhamuns.
As histórias dos moradores de Crateús à época são reveladoras para se entender e sentir o que aconteceu na cidade. No livro, o morador Frutuoso Lins, jovem em janeiro de 1926, diz que foi o guarda da Estação quem lhe contou que quando o relógio bateu 3h “rebuou uma saraivada de rifles e fuzis”. Com detalhes, Lins explicou como se deu a ação inicial da invasão. Foi o próprio João Calixto, guarda da Estação, que revelou a euforia dos revolucionários no local. “Entre 4 e 5 horas da manhã, corriam eles pelas calçadas cantando ‘Mulher rendeira’ e gritando ‘Queima Chicuta’ e batiam com o coice do rifle nas portas da Estação”.
A História do Açude Farias de Sousa
Segundo Marinho Filho, a construção do açude Farias de Sousa teve início no ano de 1958 a partir de um projeto do ex-prefeito José Almir Farias.
No entanto, a construção do açude iniciou-se na década de 80 com recursos do DNOCS (Departamento Nacional de Obra Contra a Seca).
O fato histórico é que na época havia uma escassez d’água na região, onde a Fundação Especial de Saúde Publica hoje FUNASA, havia dado inicio ao projeto do leito do rio Acaraú e por conta da análise geológica confirmou-se que o volume d’água, mesmo sendo abundante, não era suficiente para as necessidades da sede.
Tendo-se iniciado a construção do açude Farias de Sousa, em ritmo acelerado, a fundação optou por construir uma adutora para transportar água do açude até a cidade de Nova Russas, após ter feito o estudo topográfico e confirmar que a condução dessa água seria por adução, dando início ao sistema de abastecimento de água atual.
Igreja de Nossa Senhora das Graças
Segundo fontes históricas pesquisadas pela equipe de universitários do curso de História da UVA (Universidade Estadual Vale do Acaraú), do campus de Nova Russas – Ce, a origem da construção da Igreja de Nossas Senhora das Graças originou-se a partir da construção da primeira capela, no ano de 1894, substituindo um antigo “NICHO” de taipa que ficava onde hoje é praça da Matriz. Tinha a referida CAPELA estilo de uma pequena Igreja, localizava-se no espaço desocupado, entre a Matriz e o obelisco contíguo ao Banco do Nordeste.
A portaria do Excelentíssimo e Reverendíssimo Dom José Tupinambá da Frota, Bispo de Sobral, criou a Paróquia de Nova Russas, em 15 de agosto de 1937. Com a criação da paróquia, o Padre Antônio Regino Carneiro, vigário de Tamboril, foi o ultima a “desobrigar” nesta capela.
O primeiro vigário de Nova Russas foi o Padre Francisco Ferreira de Moraes, natural de Crateús, ordenado em 31 de outubro de 1937, tornou posse no dia 09 de janeiro de 1938, tendo como celebrante da solenidade o próprio Dom José.
Por uma fatalidade do destino, no dia 01 de abril de 1981, por volta das 17h00, ouviu-se “um estrondo abafado”: era a Torre da igreja Matriz que havia desmoronado, deixando soterrados naqueles escombros de caliça e tijolo três meninos que despreocupadamente, brincavam lá embaixo. É surpreendente observar que “um’ dos três garotos saiu com vida, após três horas, (mais ou menos) debaixo das ruínas.
Apesar dos anos de seca e das incompatibilidades existentes, o povo de Nova Russas não mediu sacrifícios no sentido de reconstruir a Torre de nossa Matriz.
O Arco de Nossa Senhora de Fátima
A primeira visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima aconteceu no dia 09 de novembro de 1953. A segunda visita ocorreu no dia 10 de agosto de 2003 nos festejos da nossa Padroeira, iniciando-se com uma carreata que comemorava os 50 (cinquenta) anos da passagem de Nossa Senhora de Fátima em varias regiões do estado do Ceará.
Por ocasião da passagem da imagem peregrina em 1953, foi construído um arco em sua homenagem na Av. Antônio Joaquim de Sousa, no cruzamento da rua Antônio Rodrigues Veras. Teve sua reestruturação no ano de 2001.
Com tantos acontecimentos históricos ocorridos com o passar dos tempos a Igreja nos representa para cada um de nos um sentimento de alegria e satisfação.